Especialistas comentam a necessidade das empresas se adequarem à LGPD

Segunda-feira, 17 de maio de 2021.

Embora a LGPD já esteja em vigor, pelo menos 60% das empresas do mercado brasileiro estão longe de atender aos requisitos legais impostos. É o que mostra a pesquisa realizada pela consultoria Alvarez & Marsal ao ouvir cerca de 200 empresas de diferentes portes e segmentos. Os dados apontam que a maioria das organizações cumprem, no máximo, 40% das premissas da lei.

Os especialistas disseram que esses dados se mostram preocupantes, sobretudo porque a entrada em vigor da LGPD trouxe consigo uma série de consequências, que entre eles podem ser citadas:

  • A necessidade de as empresas revisarem os seus procedimentos internos que envolvam o tratamento de dados de funcionários, clientes e terceiros;
  • A adequação de contratos e políticas internas das empresas;
  • A necessidade de reestruturação interna para indicar um encarregado de proteção de dados;
  • A obrigação de coletar apenas o mínimo de dados necessários para realizar a atividade informada aos titulares dos dados;
  • A necessidade de se estabelecer uma finalidade para cada atividade realizada com o dado pessoal coletado.

Assim, para ajudar as empresas a se enquadrarem nos processos, a ABNT, em parceria com o OPS! – Observatório de Políticas Setoriais, o escritório Serur, Camara, Mac Dowell, Meira Lins, Moura, Rabelo e Bandeira de Mello Advogados e a consultoria multinacional Alvarez & Marsal, elaborou um programa de certificação, que segue os princípios da ISO (International Organization for Standardization) e fornece os subsídios necessários ao cumprimento da legislação de forma segura. A certificação é uma importante aliada para a reforçar a credibilidade das empresas.

Segundo Eduardo Magalhães, coordenador da pesquisa, as empresas deverão intensificar seus planos de conformidade nos próximos meses para cumprir as normas, já que apenas 13% das empresas consideram que atendem mais de 80% dos requisitos da lei, principalmente os setores de óleo e gás, farmacêutico e hospitalar.

“A análise também mostrou que mais da metade das organizações entrevistadas pretendem contratar consultorias para ajudá-las nas ações de adequação, investindo até R$ 100 mil no processo.”

Explicou que, na prática, a ABNT elaborou uma “Lista de Verificação e Conformidade” com os requisitos que fazem parte do procedimento de certificação. As empresas poderão realizar uma autoavaliação de seu sistema, identificando possíveis erros e implementando as correções necessárias para sua adequação.

O diretor de certificação da ABNT, Antonio Carlos Barros de Oliveira disse que “a pandemia reforçou ainda mais a importância da entrada em vigor desta lei, pois os dados pessoais nunca ficaram tão expostos como agora, período em que a maior parte da população está trabalhando remotamente, utilizando arquivamento de documentos em nuvem e realizando diversas reuniões no ambiente virtual”.

Disse que o procedimento conta com uma minuciosa análise dos auditores da ABNT, que depois de verificarem se os requisitos estão de acordo, fornecem a certificação, que garante um diferencial estratégico de mercado. Além disso, para que a certificação seja mantida, é exigida a realização de auditorias de manutenção a cada 12 meses.

“Dessa forma, a iniciativa se mostra um importante aliado das empresas neste momento, pois, quanto antes for iniciado o processo de adequação, logo será possível desfrutar da credibilidade e do destaque que a empresa obterá ao comprovar o seu comprometimento com a privacidade e a proteção dos dados dos indivíduos.”

Para Felipe Caon, sócio do escritório a certificação chega para ajudar as empresas a se adaptarem a este novo processo de forma assertiva e segura.

Fonte: Migalhas.

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